Dia da Consciência Negra: reflexões e ações para a igualdade racial no Acre

Por: Carolina Torres

O Dia da Consciência Negra, celebrado nesta quarta-feira, 20, pela primeira vez como feriado nacional, marca uma trajetória de lutas pela igualdade e pelo respeito à população negra no Brasil. A data também é um momento de resistência e reflexão sobre a importância da ancestralidade africana, homenageando Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, morto em 1695 após emboscadas das tropas coloniais.

Primeiro feriado nacional da Consciência Negra reconhece a história e luta da população negra. Foto: Internet

No Acre, o governo do Estado, por meio da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), trabalha diariamente para implementar políticas públicas de combate ao racismo e ao preconceito enfrentados pela população negra. Um dos instrumentos centrais dessas ações é o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), que organiza e articula políticas e serviços destinados à superação do racismo em todo o país.

Capacitações são importantes para a utilização do sistema nacional. Foto: Cedida

A SEASDH capacitou 14 municípios acreanos para adesão ao Sinapir, permitindo o desenvolvimento de políticas públicas específicas para a promoção da igualdade racial. Os gestores municipais, ao aderirem ao sistema, precisam criar conselhos e apresentar projetos voltados ao enfrentamento do racismo, à intolerância religiosa e à promoção da igualdade. “O Sinapir é fundamental para articular essas ações, que não podem se limitar a uma data comemorativa, mas devem ser parte de um esforço cotidiano contra o racismo”, destaca Nilcéia Santos, gestora da Divisão de Promoção da Igualdade Racial.

Com a adesão ao sistema, os municípios recebem o “kit Sinapir”, composto por itens como veículo, computadores, geladeira e outros equipamentos para apoiar os conselhos na implementação de suas ações.

Nilcéia reforça que a promoção da igualdade racial vai além de políticas materiais, envolvendo também a educação da sociedade. “Precisamos levar o letramento às pessoas, explicando o que é racismo e reforçando que a cor da pele e o tipo de cabelo não importam. Somos todos iguais. Essa conscientização é essencial para construir um Brasil livre do racismo”, afirma.

Capacitação

Como parte das atividades do Mês da Consciência Negra, a SEASDH promoveu, no dia 13, um encontro no auditório da Secretaria de Agricultura (Seagri), voltado à capacitação de gestores, servidores públicos e representantes da sociedade civil. A iniciativa busca ampliar o conhecimento e a articulação em torno das políticas de igualdade racial.

Letramento de servidores é essencial para o atendimento do público. Foto: Carolina Torres/Secom

Além disso, estão previstas formações para servidores de outras instituições, como a Secretaria da Mulher (Semulher), e celebrações culturais, incluindo o Samba Popular Livre, no Casarão.

Um legado de luta e esperança

O Dia da Consciência Negra é uma oportunidade de celebrar as conquistas da população negra, mas também de lembrar as adversidades enfrentadas ao longo da história. “Essa data é um momento de homenagem àqueles que sofreram, resistiram e nos legaram a missão de continuar trabalhando por um Brasil sem racismo. Devemos transformar essa luta em uma prática cotidiana”, conclui Nilcéia.

Capacitação no alto Acre. Foto. Cedida

A data reforça a importância de ações permanentes na construção de uma sociedade mais justa e igualitária, honrando a memória e o legado daqueles que dedicaram suas vidas à luta pela liberdade e igualdade.